O São Paulo deve sua “mansão” reformada em 2015.
Na terça-feira, o Conselho Deliberativo do clube se reúne para votar a aprovação da cobertura do Morumbi.
A proposta em discussão é fechar o estádio, permitindo a criação de uma arena multiuso, além da construção de dois prédios de estacionamento.
No total, as obras deverão custar R$ 415 milhões. O clube garante que não terá de desembolsar nem um centavo sequer. O investimento será arcado pelo fundo Arena 2, composto por Tricolor e Andrade Gutierrez, construtora escolhida.
Já a arena, com capacidade para 28 mil pessoas, será gerida pela produtora XYZ, enquanto o estacionamento ficará a cargo da empresa Multipark. Com os dois novos prédios, haverá duas mil vagas para carros.
Essas empresas assinaram contrato para o uso do estádio por dez anos, com a possibilidade de renovação por mais dez.
“Vamos contar com uma infraestrutura única na América Latina. Com climatização para os shows e assentos estofados. Sem contar que, logo depois de um show, já será possível realizar um jogo de futebol”, garante o candidato à presidência do clube, Carlos Miguel Aidar.
A XYZ terá direito a realizar até 90 eventos na arena por ano — os jogos do São Paulo, no entanto, serão prioridade no calendário do Morumbi.
“Não serão apenas shows que a arena poderá receber. Em qual outro lugar do Brasil existe a possibilidade de organizar um congresso para médicos com 28 mil pessoas?”, indaga.
SEM Futebol/ Os detalhes do contrato, que já está assinado (embora só tenha valor em caso de aprovação), serão apresentados aos conselheiros por meio de um de vídeo. Já é certo que o Morumbi fechará suas portas a partir de junho de 2014, reabrindo apenas oito meses depois, em fevereiro de 2015. “É o tempo necessário para a conclusão”, afirma Aidar.
Oposição questiona ‘penhora’ do Morumbi
A possibilidade de reforma do estádio não tem agradado a todos os são-paulinos. Alguns estão de orelha em pé e falam até em penhora do Morumbi.
“Não há outro jeito, temos de dar os direitos de uso de superfície do estádio para o fundo. Essa será a garantia da obra”, afirma Carlos Miguel Aidar.
Tal possibilidade fez com que a oposição se mexesse. Na segunda-feira, durante evento da candidatura de Kalil Rocha Abdalla, o assunto será discutido.
“Vou me debruçar sobre este tema nos próximos dias. Não está preciso para quem será dada essa garantia da obra”, diz o conselheiro Marco Aurélio Cunha, vice da chapa de Kalil.
A oposição também reclamou da falta de transparência do projeto, que está assinado e só depende da aprovação do Conselho.
“O material que eles mandaram é impreciso. A documentação é muito pequena para o tamanho desta obra”, completa Marco Aurélio Cunha.
Diario SP